Estado cancela compra de equipamentos com recursos de empréstimo

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Por Karol Matos
17 de junho de 2025 às 09h50min
Foto: Yacy Ribeiro

Após uma denúncia feita por deputados estaduais ao Tribunal de Contas da União, o Governo do Estado cancelou os empenhos para compra de equipamentos para o gabinete da governadora e a Secretaria da Casa Civil, com recursos proveniente de um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal. Os valores conquistados deveriam ser utilizados em obras estruturadoras e, segundo coletiva concedida por parlamentares que lideram as principais comissões, representava desvio de finalidade, já que para eles, este empréstimo anterior seria destinado a estradas e ao Arco Metropolitano.

A reportagem do Blog Cenário teve acesso a documentos do E-fisco estadual que mostram a movimentação que culminou no cancelamento. No caso da compra de ar-condicionados para o gabinete da chefe do Executivo, o Estado mudou a fonte de onde seriam pagos os aparelhos, saindo do empréstimo de R$ 1,7 bilhão da Caixa para uma operação de crédito de outro banco, que permite esse tipo de aquisição.

No caso da compra dos softwares para a Casa Civil, que também seriam pagos com dinheiro do empréstimo com a Caixa, o governo Raquel cancelou o empenho de R$ 611 mil, mas só dias depois que os deputados deram publicidade ao caso e apresentaram denúncia ao TCU.

Nesta terça (17), os parlamentares estaduais realizam sua última sessão relevante do primeiro semestre de 2025 e só devem retornar às votações em agosto. Os novos pedidos de empréstimo de R$ 1,5 bilhão e R$ 1,7 bilhão, respectivamente, enfrentam resistência de deputados que colocam em questão a necessidade de mais recursos em meio a estes apontamentos. Assim, a análise das novas operações, além da indicação do administrador-geral de Noronha, ficarão somente para depois do recesso parlamentar.

Mesmo com o São João já tendo passado, a governadora Raquel Lyra (PSD) vai precisar pular uma fogueira de costas para tentar reverter o desgaste político entre o Palácio e a Alepe. Fato é que se até então a relação foi conturbada, a partir do segundo semestre – com poucos meses para o início do ano eleitoral – a Ponte Princesa Isabel, que divide as sedes do Executivo e Legislativo, deve se tornar trincheira para dois verdadeiros campos de batalha.

Karol Matos

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