28 de agosto de 2025 às 10h45min
Depois de dois anos, a área improdutiva da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ocupada pelo MST finalmente se tornou um assentamento da reforma agrária. O evento de emissão de posse aconteceu nesta quarta (27), com a presença de Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); César Aldrighi, presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), da deputada estadual Rosa Amorim (PT), que intermediou as negociações com o Governo Federal; deputado federal Carlos Veras (PT); além de representações da Embrapa, Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e de diversas instituições públicas do estado.
O Assentamento Soberania Popular tem uma área de 600 hectares que serão destinados à reforma agrária para mais de 100 famílias que a partir de hoje estão assentadas na zona rural da cidade de Petrolina. As terras foram ocupadas em abril de 2023 como parte da Jornada Nacional de Luta do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), quando o movimento realizou ocupações em todo o país como forma de pressionar pelo avanço da pauta da reforma agrária.
Clique aqui, inscreva-se e ative o sininho.
Rosa, que esteve nas mesas de negociação do acampamento aponta que essa é uma vitória histórica no estado. “Estamos aqui comemorando uma vitória da luta por reforma agrária em Pernambuco. Que esse possa ser o começo de uma vida digna e da produção de alimentos no aqui no sertão. Daqui a a 5 anos, quem vier nesse assentamento vai ver o que é possível quando se coloca a terra nas mãos de quem quer produzir”, projeta.
“Isso só é possível porque vocês se organizaram e porque o presidente Lula disse que vocês são prioridade no nosso governo. Esse aqui vai ser o 14º assentamento criado em Pernambuco. São 950 famílias, acessando 7.800 hectares. Já em 2025, nós chegamos aos R$ 34 milhões em crédito rural. Eu quero voltar aqui quando vocês estiverem com a casa organizada, com os créditos todos pagos e organizados para vocês produzirem muitas frutas e muitos alimentos para todo o povo aqui de Pernambuco e do Brasil”, projeta o presidente do INCRA, César Aldrighi.
O ministro Paulo Teixeira (MDA) explica que a emissão da posse é parte de um conjunto de políticas para as famílias que serão assentadas. “Vamos ter uma assistência técnica individual para as famílias aqui do assentamento. Ao mesmo tempo vai ter crédito para a instalação das moradias das famílias e para começar a produção aqui nesse lugar. Então, vocês vão começar com terra, com pesquisa da Embrapa, que é a pesquisa mais avançada que tem no Brasil. É um assentamento exemplar. As famílias que estão sendo contempladas vão ter toda a oportunidade de ter prosperidade, de engajar os seus filhos e desenvolver essas famílias”, afirma.
O novo assentamento é parte do programa Terra da Gente, criado pelo Governo Federal, que define as prateleiras de terras disponíveis no país para assentar famílias que querem viver e trabalhar no campo. Além de garantir esse direito, previsto na Constituição Federal, a nova medida permite a inclusão produtiva, ajuda na resolução de conflitos agrários e contribui para o aumento da produção de alimentos. Até 2026, a estimativa é de que 295 mil famílias agricultoras sejam beneficiadas em todo o país.
As novas terras da reforma agrária agora levam uma palavra que está em alta nas últimas semanas: Soberania Popular. Quem explica a origem do nome é deputada Rosa, que também é militante do MST. “O novo nome é uma forma do movimento dizer que distribuir terras para quem planta é cuidar da nossa soberania. Ter um país capaz de produzir seu próprio alimento, sem veneno, com políticas de financiamento da agricultura familiar e também de combate à fome nas cidades é garantir o direito à soberania alimentar, e nós do MST temos um compromisso com essa luta”, finaliza a parlamentar.
