Obras do Mercado de São José avançam no Recife 

Notícias
Por Redação
6 de setembro de 2025 às 20h00min
Foto: Vanessa Alcântara

Símbolo do patrimônio histórico e cultural do Recife, o Mercado de São José celebra 150 anos neste sábado (6). Para marcar a data, a Prefeitura do Recife realiza uma edição especial do programa “Viva o Centro”, com serviços à população e homenagens. 

O equipamento passa por um processo de reforma e restauração, conduzido pela gestão municipal, que está investindo R$ 27 milhões nas obras – sendo R$ 20 milhões oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 

Os trabalhos contemplam a preservação das fachadas e a requalificação das estruturas do mercado, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Na manhã de hoje (6), o prefeito João Campos (PSB) vistoriou a execução dos serviços e participou do evento.

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Uma obra super importante para cidade, que tem um desafio de execução por causa da arqueologia e está trabalhando nos achados arqueológicos que remontam o tempo do Mercado da Ribeira, além de uma igreja que tinha aqui antigamente. Depois chegou a ter um cemitério. Então, são vários períodos históricos que foram encontrados. E a gente tá cuidando de toda a preservação. Por isso é uma obra mais complexa do que o usual, com um investimento de R$ 27 milhões”, destacou o prefeito João Campos.

As intervenções, iniciadas em janeiro de 2024 e conduzidas pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB), incluem a instalação de um novo mezanino e de um elevador para 16 passageiros, além da renovação de todas as infraestruturas, como elétrica, lógica, hidráulica, de combate a incêndio e o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). O projeto visa resguardar a memória e a história do Recife, reforçando a importância do Mercado na rotina da cidade e aumentando sua visibilidade como ponto turístico.

Para minimizar o impacto nas atividades comerciais, os serviços estão sendo executados em etapas, permitindo o funcionamento contínuo do mercado. Já foram concluídas a requalificação da cobertura e da estrutura metálica do pavilhão central. Atualmente, estão em andamento a recuperação das fachadas e esquadrias do pavilhão norte, a fundação do novo mezanino, a execução de estruturas metálicas, a instalação de calhas e ornamentos, e a recuperação dos elementos arquitetônicos da fachada.

Desde o início da reforma, os permissionários do setor de artesanato foram realocados para um anexo provisório na Rua da Praia, nº 47, que abriga mais de 140 boxes. Cerca de 100 comerciantes foram diretamente impactados e puderam optar entre permanecer no anexo ou receber um auxílio mensal de R$ 3 mil. Ao todo, 46 optaram pelo espaço provisório e 54 pelo benefício financeiro.

Durante as obras, fragmentos de ossadas humanas foram encontrados durante escavações no pavilhão norte. O Iphan foi imediatamente comunicado, realizou vistoria e determinou o acompanhamento arqueológico em toda a área do futuro mezanino. Para atender à exigência, a Prefeitura do Recife firmou convênio com a UFRPE/Fadurpe, que está conduzindo os trabalhos arqueológicos, em andamento no local.

Como parte das atividades de educação patrimonial ligadas às escavações, a equipe da NEPARQ/UFRPE promove neste sábado (6), em celebração aos 150 anos do Mercado de São José, uma exposição na área externa do equipamento. A mostra vai apresentar ao público fotografias das escavações, banners explicativos e materiais arqueológicos encontrados no sítio, como fragmentos de cerâmica, faianças, cachimbos, vidros, potes e objetos em osso. Também serão distribuídos panfletos educativos e os visitantes poderão interagir com os pesquisadores para conhecer mais sobre a história do antigo cemitério associado à Igreja Nossa Senhora da Penha, localizado no mesmo terreno antes da construção do mercado.

Com área de 14.200 m², o Mercado de São José é dividido em dois pavilhões, uma rua central, além de um pátio externo. Inaugurado em setembro de 1875, é o mercado mais antigo do Brasil e apresenta arquitetura em ferro típica do século XIX. Sua imponente estrutura metálica é um marco da cidade e faz parte do cotidiano de recifenses e turistas.

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