No Recife, comissão da Câmara debate impactos da escala 6×1

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Por Redação
1 de dezembro de 2025 às 22h46min
Foto: Divulgação

A Subcomissão Especial da Escala de Trabalho 6×1 da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados realizou, nesta segunda (1º), no Recife, uma edição dos seminários regionais para debater o modelo de jornada adotado em diversos setores produtivos. O encontro foi coordenado pelo deputado federal Pedro Campos (PSB), e reuniu trabalhadores, empregadores, representantes do poder público, pesquisadores e especialistas para discutir os principais pontos da pauta.

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“Foi um momento importante de escuta das centrais sindicais, da Academia e do setor empresarial para discutir um caminho possível para a redução da jornada de trabalho. Defendemos o fim da escala seis por um, sem redução salarial e com mais dignidade para os trabalhadores, garantindo uma melhor produtividade para a economia. Os novos tempos exigem uma revisão digna, atualizada e que respeite a vida de quem trabalha”, afirmou Pedro Campos.

A iniciativa faz parte das ações previstas fruto do Requerimento nº 81/2025, de autoria do deputado Luiz Gastão (PSD-CE), que determina a realização de audiências, seminários e estudos de forma paritária entre trabalhadores e empregadores, com a presença do poder público e de representantes da Academia.

Os seminários vêm sendo realizados em várias regiões do país para compreender melhor as realidades locais, reconhecer diferenças entre setores e reunir subsídios para o relatório final da Subcomissão. A proposta é aprofundar a análise sobre a jornada 6×1, considerando suas particularidades regionais, seus reflexos na produtividade e na saúde dos trabalhadores, além de incluir a escuta de setores que lidam com desafios próprios nesse modelo de escala.

No Recife, o seminário contou com a presença do deputado federal Leonardo Prates (PDT/BA); do reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, do vereador do Recife Rinaldo Júnior; do presidente do SINTEPAV/PE, Aldo Amaral de Araújo; do gerente de política industrial da FIEPE, Maurício Laranjeira, e Jullyane Vasconcelos das Chagas, pela FECOMÉRCIO.

“Na nossa Convenção Coletiva, a gente já pratica a escala de cinco por dois, mas não com a redução da jornada, que é o que as Centrais e os trabalhadores querem”, afirmou o presidente do SINTEPAV/PE, Aldo Amaral.

Para a assessora da Escola de Ciências Jurídicas da Unicap, Karina Vasconcelos, a discussão sobre a jornada de trabalho fica equivocadamente centralizada entre empregado e empregador. “A gente precisa despolarizar a discussão, porque isso não é apenas uma questão de relação laboral, mas sim sobre toda a nossa sociedade. Não é apenas sobre comércio, indústria, empregador e empregado. É preciso incluir nesse debate os filhos, que sentem com as ausências de pai, a segurança pública, o impacto do estresse do sobretrabalho da dinâmica do ter sobre o ser dentro da nossa realidade social, a saúde e o custo dessa sobrecarga para o suporte de um sistema único de saúde” concluiu a Karina.

“É muito importante sentar à mesa e contribuir de forma colaborativa com um tema tão relevante para o futuro das relações de trabalho no Brasil. Afinal o que está sendo discutido aqui é o futuro das relações de trabalho e o futuro da economia brasileira e da economia pernambucana”, afirmou o representante da FIEPE, Mauricio Laranjeiras.

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