Leilão portuário atrai investimentos de mais de R$ 2 bilhões em quatro terminais

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Por Redação
30 de abril de 2025 às 17h25min
Foto: Jonilton Lima

Com investimentos e aportes de cerca de R$ 2 bilhões, quatro terminais portuários foram arrematados no primeiro leilão do setor em 2025, realizado nesta quarta (30), na sede da B3, em São Paulo. Os terminais ofertados estão divididos entre o Porto de Paranaguá, no Paraná, e o Porto do Rio de Janeiro. O certame foi promovido pelo Ministério de Portos e Aeroportos, pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

O critério utilizado no leilão foi o de maior valor de outorga. O bloco leiloado é totalmente voltado ao agronegócio, e os contratos de concessão preveem a ampliação da capacidade logística para o escoamento da produção agrícola brasileira, viabilizando maior infraestrutura de transporte, além de gerar emprego e renda para as regiões envolvidas.

O ministro Silvio Costa Filho parabenizou os participantes e comemorou os resultados, afirmando que o país vive um momento de muitas oportunidades. 

É impressionante como o mercado internacional está observando o país como uma grande janela de oportunidades, capaz de receber investimentos em diversas áreas e setores, e como somos um dos grandes players do mercado global. Temos um fortalecimento das nossas instituições, e o governo do presidente Lula tem procurado dialogar com todos os governadores para fortalecer a unidade da Federação”.

Costa Filho destacou que, entre 2025 e 2026, serão realizados mais 40 leilões no país. “Isso vai gerar desenvolvimento e contribuir para a descentralização do setor portuário brasileiro”, garantiu o ministro, que ressaltou ainda que os leilões realizados nesta quarta, na B3, vão beneficiar o agronegócio brasileiro. “Hoje, esses quatro leilões olham para o agronegócio. Nossa expectativa é de que, neste ano, a balança comercial bata recorde, com superávit chegando, mais uma vez, a quase R$ 100 bilhões. Em dois anos de governo, já foram abertos quase 340 novos mercados para o Brasil. Tudo isso vai gerar e multiplicar os investimentos no país”, afirmou.

Para o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, o volume de investimentos obtido no leilão demonstra confiança nos negócios. “O corredor de importação do Porto de Paranaguá é, hoje, um modelo internacional que serve, inclusive, para balizar o preço da soja no mercado global, não apenas no Brasil. E, agora, estamos ampliando o nosso corredor de importação de 20 para 40 milhões de toneladas, com aumento da oferta e capacidade de mercado”.

Os leilões dos terminais fazem parte da política do governo federal de desenvolvimento dos grandes portos brasileiros, fundamentais para o escoamento da produção nacional. As três áreas ofertadas no Porto de Paranaguá — os terminais PAR14, PAR15 e PAR25 — são todas voltadas à movimentação de granéis sólidos vegetais. Os investimentos nessas áreas reforçam o papel estratégico do porto, que hoje é a segunda maior autoridade portuária do país e um dos principais corredores de exportação de commodities agrícolas.

O porto vai continuar batendo recordes, superando os 60 milhões de toneladas movimentadas, que era uma meta do Ministério em 2024. Neste ano, no ritmo em que estamos, é muito provável que cheguemos a 70 milhões de toneladas”, afirmou o governador do Paraná, Ratinho Júnior.

O presidente do Porto de Paranaguá, Luiz Fernando Garcia da Silva, comemorou o resultado do leilão como reconhecimento do trabalho desenvolvido no porto e no estado. “Somos um conjunto imenso de 440 trabalhadores que acreditam no nosso potencial, e, por isso, alcançamos esse resultado hoje. É também uma prova da credibilidade do Estado do Paraná, capaz de estruturar grandes projetos que geram mais empregos e postos de trabalho. Estamos entregando o resultado que a sociedade merece”.

Terminais de Paranaguá
No Porto de Paranaguá, o PAR25 foi arrematado pelo Consórcio LDC, com outorga no valor de R$ 219 milhões. O terminal também receberá um aporte de R$ 304 milhões em investimentos públicos. O projeto visa à regularização das áreas operacionais e à expansão da infraestrutura de escoamento da safra agrícola, fortalecendo a competitividade do porto no cenário internacional. O PAR25 será concedido por 35 anos.

Já o terminal PAR14, também em Paranaguá, foi arrematado por R$ 225 milhões pelo BTG Pactual Commodities. O terminal receberá aporte público de R$ 477 milhões. A concessão será por 35 anos e, entre as melhorias previstas, está a construção dos novos berços do “Píer T”, com sistemas modernos de despoeiramento, elevadores de canecas, torres de transferência e balanças de fluxo. A conexão com o sistema Moegão será obrigatória desde a fase inicial, com a instalação de duas linhas transportadoras, capazes de movimentar até 2.000 toneladas por hora.

A concessão do PAR15 foi vencida pela Cargill Brasil, pelo valor de R$ 411 milhões. A área também receberá aporte público de R$ 311 milhões. A operadora será responsável por implantar quatro balanças e dois tombadores até o quinto ano de contrato, além de integrar sua operação ao “Píer T”, com capacidade mínima de movimentação de 2,2 milhões de toneladas por ano.

No Porto do Rio de Janeiro, o terminal RDJ11 foi ofertado com modelo simplificado de contrato e arrematado pelo Consórcio Porto do Rio de Janeiro, com valor de outorga de R$ 2,1 milhões e previsão de investimentos diretos da ordem de R$ 6,8 milhões. O contrato terá duração de 10 anos. O terminal é destinado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos e carga geral.

Redação

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