
Na última sessão efetiva do semestre na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (UB), recebeu o Blog Cenário e admitiu que os principais projetos do Executivo enviados à Casa podem continuar travados até o segundo semestre. São eles pedido de empréstimo no valor R$ 1,5 bilhão, além da sabatina do novo administrador de Fernando de Noronha.
Questionada se a própria governadora Raquel Lyra (PSD) avalia fazer uma convocação extraordinária durante o recesso para votar o empréstimo, Socorro respondeu que essa hipótese está em avaliação pelo Executivo. “Pensa”, disse. “A gente vai levar isso para ela. Quinta-feira eu vou estar junto com ela e a gente vai pensar nisso, para que a gente possa estar encaminhando aqui para a Casa, e vai ser nesse período de recesso”, completou.
Segundo a deputada, os entraves em relação aos projetos não são de natureza técnica, mas política. “Não é uma questão técnica. É uma questão política, de fato”, avaliou Socorro.
Com a proximidade do segundo semestre e, consequentemente, do calendário eleitoral de 2026, quando a relação política pode se tornar ainda mais tensa, a líder do governo aposta que o recesso pode servir para acalmar os ânimos e abrir espaço para o diálogo.
“A política pode ficar mais efervescente, mas o que eu creio é que quando a gente se afasta um pouquinho do problema, dá um ‘time’ e organiza a cabeça, o lado emocional, a gente acha que também haja um espaço para que possa negociar e compreender o que é para benefício da nossa população. São obras que vão beneficiar a mobilidade das pessoas que moram em nosso estado. Então, isso tem que ser o princípio de tudo, a origem de tudo”, pontuou.
A deputada também falou que escalou demais deputados da base para servir como ponte junto ao presidente Álvaro Porto (PSDB). “A minha esperança é que a gente possa estar caminhando junto com o presidente, porque hoje esses projetos estão na presidência, e a gente tentar, através de um esforço não só meu, mas de deputados da base — cada um com mais fluxo no gabinete dele do que eu —, que a gente chegue num consenso”, frisou Socorro.
Por fim, ela demonstrou não enxergar uma má vontade da presidência da Casa, mas sim a interferência de outras disputas políticas externas. “A gente quer o que seja melhor para o povo de Pernambuco e ele [Álvaro Porto] quer também isso, tenho certeza. Então, não há uma diferença, não é uma questão de ‘não querer’ que essas obras aconteçam. São outras questões e essas outras questões estão ficando maiores do que a importância que essas obras têm”, finalizou.