
Os vereadores Gilson Machado Filho e Thiago Medina, ambos do PL, se posicionaram sobre o processo administrativo aberto contra eles na Câmara do Recife. Ambos emitiram nota sobre o ocorrido. Gilson Filho pontuou que seria “autopromoção” e “cortina de fumaça” contra as críticas e denúncias que ele vem fazendo. O parlamentar, que foi o autor do gesto sexual no vídeo usado para embasar o processo, não se retratou sobre o ocorrido, alegando ainda que outras afirmações mais graves já foram ditas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Casa.
Já Thiago Medina também usou o mesmo argumento, pontuando que o processo administrativo seria uma cortina de fumaça contra a tentativa de abertura de CPI que a oposição vem tentando articular na Câmara do Recife. Também sem retratação, Medina disse que está sendo alvo de intimidação e perseguição política.
Os dois vereadores também afirmaram que não foram notificados pela Câmara Municipal do Recife sobre qualquer procedimento interno.
Confira as notas completas a seguir:
O vereador Gilson Machado Filho (PL) esclarece que, até o momento, não foi notificado sobre qualquer processo referente à suposta quebra de decoro parlamentar noticiada na última segunda-feira (5).
Trata-se de uma suposta representação, sequer formalizada, que está sendo amplamente veiculada na imprensa. O que se observa é a tentativa de alguns parlamentares, que pouco contribuem com o debate público e vivem à margem da atuação legislativa, de buscar projeção a qualquer custo, utilizando a imagem dos vereadores Gilson Machado Filho e Thiago Medina para promover narrativas oportunistas e conquistar espaço midiático.
Além de ser uma evidente manobra de autopromoção, essa iniciativa funciona como “cortina de fumaça” para tirar o foco de pautas de real interesse da população. Exemplo disso é a CPI protocolada pela oposição também na última segunda-feira (5), que visa investigar as possíveis irregularidades na gestão do Parque Eduardo Campos, tema que claramente incomoda setores ligados ao governo.
Caso as declarações dos vereadores Gilson e Thiago venham a ser consideradas quebra de decoro, será necessário rever toda a prática da Casa. Afinal, o que já foi dito, e continua sendo dito, por membros da esquerda contra o ex-presidente Jair Bolsonaro são acusações muito mais graves e jamais resultaram em qualquer tipo de questionamento ético. Dois pesos e duas medidas não podem prevalecer em um parlamento que se pretende democrático.
O vereador segue comprometido com o seu mandato, com a transparência, com a liberdade de expressão e com a responsabilidade de fiscalizar os atos do Poder Executivo.
Gilson Filho
Vereador do Recife
Uma cortina de fumaça para tirar o foco da CPI dos aditivos milionários do Parque Eduardo Campos?
Ainda não fui notificado de nenhum processo administrativo, porém é no mínimo curioso que, no dia seguinte ao anúncio da coleta de assinaturas para instauração da CPI para investigar os aditivos milionários do Parque Eduardo Campos, a imprensa noticie que parlamentares da base do prefeito João Campos moveram processo disciplinar contra este mandato — um claro sinal de tentativa de intimidação e perseguição política.
Caso seja confirmada a veracidade das notícias, fica claro que trata-se de mais uma manobra autoritária para tentar calar vozes conservadoras no Legislativo.
O vídeo citado nas matérias expressa opinião política protegida constitucionalmente pela liberdade de expressão e pela imunidade parlamentar.
É bom lembrar que o artigo 39 da Lei Orgânica do Município garante a inviolabilidade dos vereadores por palavras e opiniões. Será que a lei não vale mais no Recife?
Se ainda vivemos em um estado Democrático de Direito e não em uma ditadura comunista, criticar figuras públicas não constitui quebra de decoro, mas sim o exercício legítimo da atividade parlamentar.
Não me intimidarei. Seguirei firme na defesa da liberdade, da moralidade na gestão pública e do povo recifense, que clama por representantes corajosos. A CPI do Parque Eduardo Campos vai continuar, e a verdade virá à tona.
Thiago Medina
Vereador do Recife