
A sanção do orçamento para 2026, que deveria ser o ato final de um processo técnico e institucional, se transformou em mais um capítulo do conflito político permanente entre o Palácio do Campo das Princesas e a Assembleia Legislativa, tornando a crise entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o deputado Álvaro Porto (PSDB) um embate sobre autoridade e controle de poder.
A disputa já deixou de ser apenas sobre números, emendas ou artigos específicos da LOA. De um lado, o Executivo afirma exercer a prerrogativa de vetar trechos que considera inconstitucionais ou prejudiciais à gestão. Do outro, o Legislativo reage ainda mais firme, recusando vetos, arquivando mensagens do governo e promulgando a lei.
Quando Executivo e Legislativo passam a se ignorar publicamente, publicando atos concorrentes em diários oficiais distintos, o sinal é de alerta institucional. O risco maior não é apenas judicializar o conflito, algo que parece inevitável, mas normalizar a lógica do confronto permanente, em que cada decisão vira uma batalha e cada ato, uma provocação.
Em um estado que enfrenta desafios fiscais, sociais e estruturais profundos, o problema não está apenas em quem tem razão, mas no fato de que o diálogo político colapsou. Se esse instrumento é, antes de tudo, a arte da mediação, Pernambuco caminha no sentido contrário, onde o impasse entre os poderes é o grande protagonista.
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Frase – Em conversa com a imprensa ontem (24), o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), se mostrou despreocupado com a possibilidade de judicialização no caso dos vetos a emendas no orçamento estadual. Questionado se isso intensificaria ainda mais a relação ruim entre o Executivo e o Legislativo, ele afirmou: “pior do que está, não fica”.
Resultado – Numa confraternização que reuniu servidores, além dos chefes do Poder Legislativo, o superintendente de Saúde da Assembleia, Wildy Ferreira, celebrou os resultados deste ano. Ao longo de 2025 foram mais de 200 mil atendimentos em diversos municípios do estado, levando saúde e cidadania através do Alepe Cuida.
Sem descanso – Questionado se a Ponte Giratória seria a última grande entrega da Prefeitura do Recife em 2025, o prefeito João Campos (PSB) garantiu que, até o dia 31 de dezembro, entregará um equipamento ainda maior. No entanto, resolveu manter suspense.
Pauta zerada – A Câmara Municipal de Caruaru entrou em recesso sem pendências. Antes da tradicional confraternização de fim de ano, os vereadores aprovaram, em sessão extraordinária, todas as matérias pendentes de segunda votação, incluindo nove projetos de lei do Poder Executivo, entre eles uma minirreforma administrativa.
Pausa – Desejo a todos os leitores da coluna Cenário Político um Feliz Natal, repleto de paz, amor e solidariedade, e um Ano Novo cheio de realizações e conquistas. Farei um breve intervalo com o objetivo de recarregar as energias para um 2026 que promete ser bastante intenso e no dia 5 de janeiro voltaremos a nos encontrar aqui neste espaço.













