Quase seis meses após o início do governo Lula e o ex-deputado Danilo Cabral (PSB) ainda aguarda a nomeação para a Sudene. Apesar de ser filiado ao PSB desde 1990 e ter sido o nome da sigla para concorrer ao Governo de Pernambuco, ele acabou sendo “esquecido” pela legenda nas indicações para os ministérios, restando à bancada federal do PT resolver a vida do aliado.
Apesar de a indicação ter acontecido há algumas semanas, com o aval absoluto do senador Humberto Costa (PT), causou estranheza a nomeação não ter sido feita. Segundo Humberto, o Governo Federal ainda está realizando os “trâmites” para que Danilo possa, finalmente, começar a trabalhar.
“Agora, esse processo está nas mãos do Governo Federal. Já houve um pedido dos documentos a Danilo para que esse processo possa ser agilizado, e eu creio que não deve ser uma questão que vá demorar. Apresentamos como uma sugestão aqui do PT de Pernambuco, particularmente minha, de Teresa e de Carlos Veras, e foi muito bem recebida. Ao que eu saiba, os processos iniciais para essa nomeação já começaram”, afirmou Humberto Costa.
Ele negou que exista uma “condição” para que Danilo ingresse no Partido dos Trabalhadores. “Ele é do PSB e em nenhum momento [a mudança de partido] foi tratada como pré-condição para indicá-lo”, disse.
Igualmente escanteado como Danilo, Paulo Câmara foi uma indicação pessoal do presidente Lula para a presidência do
BNB e segundo Humberto, o nome dele também passou pelo crivo do PT.
Do outro lado está mais uma candidata ao Governo de Pernambuco derrotada na eleição passada. Marília Arraes (SD) não emplacou em nenhum cargo do 1º e 2º escalão, e aguarda ansiosa para assumir o DNICS. Questionado se o nome dela também recebeu aval dos petistas, Humberto disse que não, mas que se a bancada for consultada, não haverá qualquer veto ao nome da ex-correligionária.
Críticas a Raquel
O senador Humberto Costa também falou sobre a crise política enfrentada pelo governo Raquel Lyra (PSDB). Segundo ele, existe um sentimento de “frustração” por parte de quem apoiou a tucana na eleição passada.
“Não quer dizer que isso não possa mudar. Ela tem experiência administrativa, um governo que ela pegou profundamente estabilizado, equilibrado, isso dá a ela a condição de fazer um bom governo. Tem uma receptividade do governo Lula muito grande, o presidente quer fazer parcerias com ela. Acho até que ela está perdendo oportunidades, poderia se envolver mais nessa relação com o governo Lula. Acho que está pecando no ponto de vista político, qualquer outro governador já teria a esmagadora maioria dos parlamentares em seu apoio, a esmagadora maioria dos prefeitos em seu apoio, e ela não tem. Tem tempo para mudar, agora, nesse momento, eu acho que está longe de ser aquilo o que Pernambuco esperava”, avaliou Humberto.